7 de junho de 2006

The King Was Here

Wombat Aos Fogos


Antes de mais, não há nenhuma gralha no título – um Wombat (Vombatus ursinus), para quem não conhece, é um marsupial Australiano que nao se parece com nada, embora se possa dizer que lembra vagamente um urso anão (vide abaixo).

E só entra nesta estória como chamariz dos incautos, porque este post trata mesmo é do tema sazonal dos fogos (os intencionais) e dos incêndios (os acidentais ou “naturais”)[1].

Ao mesmo tempo, o Wombat não foi escolhido ao acaso – tem uma ligação, ainda que ténue, ao tema dos incêndios, porque é nativo do mesmo país donde provem a espécie que cobre grande parte de Portugal, do litoral ao interior, de sul a norte – o Eucalipto.

Ora, quando vejo na TV “florestas” a arder - todos os anos, todos os Verões - o que registo é as imagens de imensos eucaliptais a ondular sob as chamas e o aspecto patético dos troncos que restam no fim, carbonizados, num mar cinza a perder de vista.

Visto isto, acho anedótico que se fale em perder as nossas “florestas” quando o que existe, desde o século passado, são obviamente plantações, mais ou menos extensas, de eucaliptais.

Essa espécie excêntrica , para além do reconhecido crescimento rápido, não traz vantagem alguma aos ecossistemas nacionais – e, digo-o com convicção – a monocultura desta espécie, está quer na origem criminosa, quer no desfecho dramático dos sucessivos fogos florestais que assolam o nosso verão Australiano… só faltam os Kangaroos e os Wombats… e os Cockaburras e os Ornotorrincos, e mais fauna de aspecto extra-terrestre que vive nos antípodas…

G’day mate!



[1] Não há nada de científico nessa classificação – serve somente o efeito prático de distinguir as origens dos fogos.