9 de dezembro de 2006

Resposta in Grandes Portugueses

"Caro Sr. Luso/Espanhol
Devo dizer que o seu comentário foi a primeira coisa com que me deparei ao aceder ao forum do site do programa, o que confesso francamente foi um maravilhoso engano. As discussões que se geraram em torno da figura de Salazar foram deveras um deleite hilariante para a minha tarde mal humorada. Parece-me que o senhor fala em origens, das nossas origens castelhanhas presumo e do tormento em que todos nós entrámos desde que delas nos afastámos, mas lembrar-se-á certamente, se recuar um pouco no tempo, de outras ``origens`` mais remotas que por cá passaram, dominaram, ficaram e foram progressivamente escorraçadas: ora mouros, visigodos, romanos ou cartagineses todos por cá se passearam e misturaram alegremente. O que não somos pois nós e os espanhóis senão uma fusão de todas essas gentes interessantes e outras mais. Um outro ponto do seu discursos prende-se com os célebres Descobrimentos e com o Sr.Camões. Em relação aos primeiros afirma que nao passaram de actos de pirataria. Em parte tem razão. Conquistar terras que não nos pertencem e tentar pela força transformar e converter o seu povo em algo que não é (quer sejam mouros ou povos de outras terras africanas ou ainda de outros continentes) não é algo de que me orgulhe. Mas não podemos olhar para os Descobrimentos somente através das terras que os seus intervenientes e impulsionadores conquistaram. Há que olhar para a coragem, para a iniciativa, para o imenso espirito que os portugueses da altura revelaram ao empreender em tal demanda, rasgando e abrindo caminho por mares e terras desconhecidas, desenhando um mundo novo através dos imensos progressos técnicos a nivel da navegação e da cartografia que possuiam na época. E isso sim já é motivo do meu orgulho. Além do mais não nos devemos esquecer que os nossos vizinhos espanhóis de quem fala com tanta exaltação, seguindo os mesmos passos dos portugueses, desbravaram, conquistaram e pilharam. É graças a eles que a história da civilização azteca não teve mais longa duração. Mas lá chegaremos. Quanto a Camões e se era aio, dormiu com a rainha ou não isso a mim sinceramente não me diz nada. Por mim meu caro sr. ele até poderia ter dormido com a corte inteira e lá por ter morrido miserável como um escravo isso não lhe retira a sua genialidade. Também Sócrates morreu envenenado e condenado pelos seus e não significa que fosse culpado. A maioria dos génios só o é depois de morto. E é então diz o senhor, nesta altura, é agora precisamente quando o país precisa mais de nós que nos deveremos virar para as nossas verdadeiras ``origens`` e abraçar-mos a nossa nacionalidade espanhola. Porque Espanha é um país com futuro. E se não fosse meu caro senhor? E se fosse ao contrário? Faria o mesmo discurso exaltado e ``patriótico``, falaria com tanto desvelo e com tanto amor dos feitos espanhóis escarnecendo dos nossos? Será que faria? É verdade, tem razão quando diz que o chico-espertismo abunda dentro das nossas fronteiras, é verdade que a corrupção transborda entre os nossos. Mas também é verdade que o que eu vejo é um Portugal impávido e sereno á espera da invasão dos espanhóis, queixando-se da mediocridade do nosso povo e dos nosso governantes. E é assim que eu também o vejo meu senhor. Impávido, sereno e medíocre. Porque esse que escolhe é o caminho mais fácil, é esperar que os outros venham e tomem conta de nós porque nós não nos conseguimos levantar sozinhos. E se subitamente uma terrível crise se abater sobre o território espanhol? Aí quais serão as nossas origens? Inglesas, finlandesas, tibetanas? Para quê lutar se temos quem lute por nós?Se os que vos governam sao corruptos entao não os coroem! Se estão descontentes então manifestem-se,unam-se, lutem! A história de um país e de uma nação minhas gentes não se faz só de glórias e de luminosidade. A história de um país e de uma nação faz-se também de guerras, de lutas, de insatisfação, de dores e de sofrimentos. E se as vergonhas se sobrepõem aos orgulhos é mais uma razao para lutar-mos por eles, por serem tão raros, tão desconhecidos e tão distantes. É mais uma razão para lutar-mos por aquilo que somos, pela nossa identidade e por toda a liberdade de espírito que algum dia possamos atingir. Peço desculpa a todos aqueles que lerem este texto pelos possíveis erros ortográficos. A arte dos acentos principalmente, é coisa que não domino. "

Esclarecidíssimo comentário, em jeito de resposta, de Isa PX, 14-10-2006
(e acabei de ter um DéJavu...)

7 de junho de 2006

The King Was Here

Wombat Aos Fogos


Antes de mais, não há nenhuma gralha no título – um Wombat (Vombatus ursinus), para quem não conhece, é um marsupial Australiano que nao se parece com nada, embora se possa dizer que lembra vagamente um urso anão (vide abaixo).

E só entra nesta estória como chamariz dos incautos, porque este post trata mesmo é do tema sazonal dos fogos (os intencionais) e dos incêndios (os acidentais ou “naturais”)[1].

Ao mesmo tempo, o Wombat não foi escolhido ao acaso – tem uma ligação, ainda que ténue, ao tema dos incêndios, porque é nativo do mesmo país donde provem a espécie que cobre grande parte de Portugal, do litoral ao interior, de sul a norte – o Eucalipto.

Ora, quando vejo na TV “florestas” a arder - todos os anos, todos os Verões - o que registo é as imagens de imensos eucaliptais a ondular sob as chamas e o aspecto patético dos troncos que restam no fim, carbonizados, num mar cinza a perder de vista.

Visto isto, acho anedótico que se fale em perder as nossas “florestas” quando o que existe, desde o século passado, são obviamente plantações, mais ou menos extensas, de eucaliptais.

Essa espécie excêntrica , para além do reconhecido crescimento rápido, não traz vantagem alguma aos ecossistemas nacionais – e, digo-o com convicção – a monocultura desta espécie, está quer na origem criminosa, quer no desfecho dramático dos sucessivos fogos florestais que assolam o nosso verão Australiano… só faltam os Kangaroos e os Wombats… e os Cockaburras e os Ornotorrincos, e mais fauna de aspecto extra-terrestre que vive nos antípodas…

G’day mate!



[1] Não há nada de científico nessa classificação – serve somente o efeito prático de distinguir as origens dos fogos.

2 de abril de 2006

Da equipa que produziu e levou até si este programa…

Os Portugueses, no geral, padecem de ileteracía.
Os Portugueses, na generalidade, não lêem; estão pouco informados ou são oficialmente desinformados.

No entanto, surgiu à tempos, a falsa questão da longa duração dos noticiários em Portugal; – caros amigos telespectadores, desde que se trate de verdadeira Informação, e não se confunda actualidade com banalidades, e com autopromocao de novelas ou outros interesses da estação, tudo bem.
Quem compara a duração dos noticiários Portugueses com os da maioria dos países desenvolvidos da Europa, esquece que a informação nesses países é essencialmente local e nacional – pouco se ocupando do que vai por outras partes do globo mais periféricas, a não ser em caso de catástrofe.
Daí, que, em comparação com o quasi-iletrado Português, muito estrangeiro vive num desconhecimento praticamente medieval de outros povos e culturas…


26 de março de 2006

Politincorrecto Apresenta o seu Manifesto Eleitoral

Politico... eis uma palavra (da trilogía Politíco, Agente Funerário e Cobrador de Impostos) que afugenta muita gente, eu incluído - mas aqui, trata-se do termo no sentido etimológico mais antigo, no estado mais puro - aquele que se ocupa do estado e assuntos da "polis", ou seja, da urbe, do espaço público.
Como proprietário de cerca de 20 cm de espaço vital em redor do meu corpo, zona nobre, bem frequentada, e com boas vias de fuga, candidato-me ao cargo de Vereador das Zonas Púbicas.

23 de março de 2006

SALVE REGIS - Do que trata este Blog

Benvindo/a. Welcome. Willcommen. Bienvenu. Bienarivato/a. Konishiua. Bienvenido/a.

Uma coisa que aprendi na minha diáspora pelo estrangeiro, foi que os Portugueses/as campeiam a causa dos povos mais hospitaleiros do mundo - e sao reconhecidos positivamente por esse feito.
Em solidariedade com esse manifesto nacional, saúdo, nos linguajares mais correntes, todos os povos do mundo que aqui venham (ao engano, pois este blog será essencialmente na lingua Lusíada).

E porque é que alguém quererá vir aqui, alguma vez?
Bem, ainda que remota, essa hipótese, é plausivel.
Assim sendo, o objecto principal do AQUI D'EL REY! é, como o nome indíca, clamar por quem de direito, possa corrigir os desmandos e passividades que afligem os comuns, a urbe, o país.
Mais concretamente, nao serve para grande coisa; mas, ao abrir humildemente mais um espaco de debate, uma caixa de sabao donde se pode vocifrerar tudo de A-a-Z, conto pelo menos contribuir com mais uma voz para a causa nacional, seja ela qual for, hoje em dia; e já agora, a da humanidade, por que nao?