28 de abril de 2007

Ciência ao Poder

Ainda que custe a muita gente reconhece-lo, por lhes custar o emprego e as mordomias que têm, existem várias profissões na sociedade humana que só são necessárias àqueles que as exploram. A sua função primordial é manter a complexidade artificial das sociedades ocidentais.
A razão da sua criação pode até ter sido legítima e imprescindível, no passado bárbaro; mas hoje, na era da informatação (informática + informação), são anacronismos que se perpetuam por ilusão e por tradição - e porque somos todos educados a aceitar esses lastros inúteis, desde cedo. Curiosamente, estes profissionais do nada, ao contrário do que seria de esperar, são dos que mais condições de trabalho têm, dos que mais ganham e os de maior status, em contradição com o resto dos cidadãos que realmente se esforçam e que raramente vêem o seu mérito ser reconhecido.
"Falo-vos" pois dos mais inúteis dos burocratas, os políticos. Outrora, anciãos que se ocupavam dos assuntos públicos nas horas vagas, ou mais tarde os poucos escolásticos e literatos que existiam nas redondezas iam dirigindo ou ajudando a gerir a res pública; hoje, engenheiros com diploma ou não, advogados, arquitectos ou electricistas com busca-pólos, não têm mais habilitações nem são mais qualificados que outros doutorados, licenciados ou técnicos de 2ª classe fora da sua área.
Estes profissionais da política, quando no poder, além de trazerem outros como eles, sem necessidade de CV ou entrevista, também subalugam cargos a outros - estes sim, chamados especialistas, formados e treinados nas áreas para que são nomeados, vão realmente fazer o trabalho; os primeiros limitam-se a "gerir", ainda que sejam tão gestores como qualquer um de nós, ou menos...
Pelo menos podiam ser honestos; e já que lá estão, por beneplácido dos muitos que ainda "delegam", inconscientemente, responsabilidades em pessoas não-preparadas,
não-especializadas e não-competentes, na maioria dos casos, podiam perfeitamente ter algum zelo, brio e consideração pelo país, já que pela população mostram ter poucos escrúpulos. A haver alguém a conduzir os destinos de um país, que sejam ao menos os cientistas, que estão habituados a seguir um método, a comparar resultados e a discutir com fórmulas matemáticas.
Quanto aos políticos e às ideologias, podem aprender com o exemplo de Al Gore: tornem-se úteis, ajudem a ciência. Entre políticos corruptos e militaristas e cientistas loucos, voto nos últimos... ao fim e ao cabo, os homens da scientia procuram a verdade, seja ela qual for, enquanto os políticos, sejam eles quais forem, raramente são verdadeiros...

1 de abril de 2007

Dia dos Melgas

Apesar de ser "Dia das Mentiras", o que se segue é tristemente sério. Ao mesmo tempo, calha bem, porque este dia também se poderia chamar "dia dos políticos", dada essa ser a ferramenta que mais usam, na sua actividade diária (vide ilustração).

Se há coisa que me faz rugir de indignação (vide ilustração), essa coisa é o malbaratar perdulário dos recursos do país, em especial daqueles que são recolhidos a custo de todos nós, através da carga fiscal.
A única explicação para a aparente serenidade com que os Poortugueses recebem notícias gravíssimas como "Tribunal de Contas dá puxão de orelhas aos 3 últimos governos" - dinheiro esbanjado dava para construir 4 AerOtas, etc., a única explicação (para além de haver muita gente a comer do mesmo bolo), é mesmo estas notícias não o serem, pois não é novidade nenhuma que por "controle de contas" quer-se dizer, afinal, controlar apenas as finanças dos contribuintes, de modo a que a clientela política possa presentear-se principescamente com o sacrifício da plebe. Quem disse que o Feudalismo desapareceu? De tal forma o servilismo está integrado na sociedade Portuguesa, que a maioria das pessoas não é capaz de questionar, e mais importante ainda, responsabilizar aqueles que têm como missão servir o país e o povo (vide ilustração)!!! Mas o complexo de inferioridade, de deferência ao "Sr. Doutor" e do Caciquismo, condiciona de tal forma a mentalidade da população (vide...etc.), que pouco mais se arrisca que um tímido "puxar de orelhas"... no mínimo, os (ir)responsáveis por irem contra, não só as normas mas também a moral do "serviço público", merecem, pelo menos, ficar sem as orelhas, à boa maneira medieval, assim como aos ladrões eram-lhes amputadas as mãos que cometiam o latrocínio.
O que isto quer dizer, algo gráficamente, é que "admoestar" apenas, não chega. As condutas que lesam propositadamente o Erário Público têm que ser responsabilizadas e penalizadas - e obrigadas à devolução das somas!!! Quem têm cargos de responsabilidade, não é só para recolher pensões, ordenados e outras regalias - deve prestar contas, até ao último cêntimo, de todo o dinheiro que movimenta em nome do "cargo", sendo responsável por devolver, a seu próprio custo, todo o dinheiro que tenha sido mal gasto e que não seja justificável. É inaceitável? Basta apenas alguma lógica económica doméstica, responsabilidade e honestidade. De certeza que existem muitos Portugueses qualificados, a receber neste momento menos de mil Euros por mês, dispostos a aceitar um cargozinho, a bem da nação...