29 de junho de 2007
E A Ocidente Nada de Novo...
Tudo fica na mesma - a aprovação desta lei de restrição do tabaco nos locais públicos e de trabalho é uma farça, com uma aprovação envergonhada após um recuo considerável à lei proposta inicialmente. Exepto para os locais de trabalho, onde aparentemente, a lei deverá funcionar, de resto nada mudará, porque os comerciantes muito menos terão cojones para implementar a restrição tabágica, por sua própria iniciativa.
Mais uma oportunidade histórica que se esfuma...
23 de junho de 2007
Marque Asterisco para Nada
Nos CC, é improvável ter-se uma resposta única há mesma questão, se falarmos com mais do que um operador; além de que raramente nos calha um que seja competente e nos resolva o "problema" (nos CC diz-se "situação" - a palavra começado por "p" é tabu...) à primeira.
Quantas vezes não é necessário repetir os contactos e chatearmo-nos a sério para conseguir despachar banalidades que se resolveriam na hora, se tivessemos frente-a-frente com aquele adolescente borbulhento que responde nervosamente do outro lado da linha, ou com aquela jovem calejada que regurgita o guião de cor, surdamente, como um farol de noveiro, ainda que inadequado ao que pretendemos?...
Já para não falar do tempo de espera em linha e do respectivo custo por cada chamada... que parece mesmo ser a única justificação para a existência e proliferação destes ninhos burocráticos.
Em vez de inúteis e problemáticos, vocacionados para o "handling" de relamações, estes funcionários poderiam ser mais úteis gestores de serviço ao cliente, controlando e evitando as "situações" antes delas acontecerem, em vez de esperar pelas reclamações...
Só é pena que não haja uma tecla no telefone para marcar a opção "ide %@# mais os telefones"...
A minha esperança é que da mesma forma como apreceram e se multiplicaram como cogumelos, os CC também tenham curta vida, como os fungos análogos...
18 de junho de 2007
Indignação, Inconformismo e Ibéria
Para que não restem dúvidas, já fui apelidado de "comunista" e "reaccionário", no mesmo minuto do mesmo dia, aos vinte e poucos anos, no princípio da década passada. Confesso que na altura, dentro de uma viatura com 2 desconhecidos, algures em Espanha, fiquei meio perplexo com o energúmeno que vociferou tão imbecil anátema – eu desconhecia por completo o significado de "reaccionário"; e pelos vistos, o imbecil também.
Das muitas coisas ridículas e hediondas que registei, infelizmente, durante a minha vida, esta há-de sempre recordar-me que opinar com independência sobre o que, a nosso ver, está mal e poderia ser mudado, aflige quase sempre os mais velhos, os menos esclarecidos e os mais instalados. E o pior, é que nem falava, nem falei, de algo remotamente perceptivel como política, durante toda viagem…
Era já, no entanto, o meu “direito à indignação” e a falar livremente, com toda a sinceridade da juventude não-filiada. Agora, na meia-idade, continuo a expressar a minha indignação e inconformismo, apelando a outros que se manifestem também.
Portugal é dos países (dos 8) que eu conheço, onde as pessoas são menos espontâneas. Desde cedo, as crianças são constrangidas a prestar atenção ao que dizem e expostas ao ridículo por arriscarem serem autênticas. Pelo menos foram, nas gerações logo pós-abril, o que até fazia algum sentido, ou talvez não; mas receio que ainda se note muito, por aí…
Bem, isto tudo para chamar a atenção para o factor mais preponderante de tudo o que disse aqui, sendo que a palavra-chave é: Espanha. Sim, a nuestra vicina, que ultimamente nos serve de comparação para tudo, com evidente prejuízo próprio.
Eu ainda sou dos que continuo a acreditar nas vantagens de ser Português (o que é diferente de continuar a desejar trabalhar e viver em Portugal…), mas admito que poderíamos beneficiar imenso, no estado actual, se em vez deste país deprimente, fossemos (oficialmente) a região autónoma de Espanha mais pobre – mais uma vez, a palavra-chave é Espanha…
Antes de me começarem a chamar nomes piores que “comuna-reaccionário”, quero ressalvar que há muita coisa melhor em Portugal do que em Espanha – o peixe, o vinho, as cebolas, os filmes com legendas, etc. etc. - e especialmente não haver necessidade de ter aqueles pontos de interrogação e exclamação ridículos, de pernas para o ar no inicio das frases… ¿comprende?
7 de junho de 2007
Verdade Políptica
Pensei que o desrespeito pelos eleitores (e os não-eleitores) e pelos valores mais exigíveis ao cargo, como a integridade, a decência e a consciência de servir, não mais seriam a moeda de troca de quem foi, mais ou menos democráticamente, confiado com o poder...
Mas não. Em vez de "delegados do povo" temos pequenos e inchados "monarcas" que usam e abusam e dispõem, em nome "do povo"... mas são os seus interesses e os de terceiros, que verdadeiramente servem.
Rússia, Venezuela, E.U.A, etc. e até o "quasi-bem-intencionado" Blair mentem, ou pior - nem precisam esconder os seus propósitos imorais - e manipulam os seus concidadãos como gado, que só deve encarreirar segundo as suas ordens e desígnios...
Voltando a Portugal, já houve um tempo em que existiu realmente um desígnio nacional e uma condução mais desinteressada dos Portugueses para o bem comum...
Curiosamente, era uma época de classes e de menor conciência de direitos cívicos...
Pensando melhor, qual era mesmo a diferença?...
Ps - O mais famoso (e com razão) políptico da nossa pintura - erradamente chamado de S. Vicente, surge aqui algo diferente da versão corrente, mas a explicação para isso e para outras singularidades está aqui. Recomendo vivamente uma visita, não só pelo trabalho admirável realizado pelo autor da investigação, mas por também servir para compreender melhor a obra e a própria história.