30 de setembro de 2007

Apelo aos Animais

Embora a madeira tenha deixado de ser a matéria prima primeira, o seguinte texto, de autor incógnito, ainda permanece actual:


Ao Viandante,

Tu que passas e ergues para mim o teu braço

Antes que me facas mal, olha-me bem

Eu sou o calor do teu lar nas noites frias de Inverno

Eu sou a sombra amiga que encontras

Quando caminhas sob o sol de Agosto

E os meus frutos são a frescura apetitosa

Que te sacia a sede nos caminhos.

Eu sou a trave amiga da tua casa,

A tábua da tua mesa,

A cama em que descansas e o lenho do teu banco

Eu sou o cabo da tua enxada, a porta da tua morada,

A madeira do teu berço e do teu próprio caixão

Eu sou o pão da bondade e a flor da beleza

Tu que passas, olham-me bem… e não me faças mal.

A Árvore

16 de setembro de 2007

Especulando sobre a Especulação

Ultimamente, tenho ouvido muita gente com ares doutorais, criticar não só os muitos anónimos que especulam incontrolavelmente, como também os próprios “especialistas” forenses e afins, que têm dado o seu parecer nos meios de comunicação, sobre o caso do desaparecimento de Madeleine McCann.

Censuram especialmente aqueles que tiram conclusões precipitadas e que não respeitam a devida “presunção de inocência”…

Ora, é muito bonito defender a “inocência até prova em contrário”, mas o mesmo também é válido para a PJ que tem sofrido os mais vis ataques e desconfianças, muitas vezes com motivações obscuras...
Eu próprio já me tenho questionado a propósito do desempenho da PJ, mas isto também não passa de especulação - e ninguém, NINGUÉM mesmo está imune a isso, porque é apenas da mais elementar NATUREZA HUMANA, graças ao circo mediático que foi montado, curiosamente, pelos próprios McCann…

Sendo assim, é perfeitamente lógico que as pessoas se interroguem sobre as estranhas e aparentes contradições que revolvem em volta desta lamentável história.
Os pais da criança conseguiram mesmo a proesa de desperiçar o capital de simpatia que tinham angariado inicilamente, mesmo antes de serem anunciados "arguidos"...

Não vou especular sobre o caso mais do que até aqui tem sido feito, até porque não me interessa se são ou não inocentes, deixo isso para os profissionais; porém, não hesito em os responsabilizar pelo que quer que tenha acontecido à infeliz moça; trata-se de pura negligência e isto não é especulação, é um FACTO.

A verdade, porém, na minha opinião insignificante, é que os pais da criança criaram um "monstro" mediático que foi incidindo cada vez mais neles próprios do que na própria criança desaparecida; ao não colaborar, como prometiam, com as autoridades, ao se recusarem a esclarecer as alegadas contradições e a responder a questões sobre o caso, eles próprios se colocaram "na boca do monstro" mediático, que saindo do seu controle, pode acabar por os tragar. Até que sejam cuspidos fora, o público têm concerteza o direito de os "julgar na praça pública", sendo que foram os MCs que começaram, e sendo que todos compreendemos que se trata apenas de especulação, não há caso para alarme.

Ps - Foto tirada junto a entrada de um Supermercado, na 5ª feira passada...

6 de setembro de 2007

Assim Não, Assim Sim

Temos assaltantes de Bancos e Ourivesarias que se escapam entre os dedos das autoridades, sem meios nem capacidade para dar mais que pontapés a jovens delinquentes das noites citadinas; funcionários ultrapassados e incompetentes a atenderem-nos em repartições públicas (e algumas privadas) levando o dobro do tempo e do trabalho que seria necessário, enquanto os colegas se passeiam despreocupadamente e trocam banalidades, sem pudor nem dor dos utentes que esperam horas com uma senha na mão, pensando e repensando para si que, "se estivesse no lugar daquela ou daquele indolente, tinha vergonha e já tinha atendido o dobro dos clientes, e ainda sobrava tempo para ler uns emails com piadas parvas ou ver umas fotos de amadoras depiladas"; temos um país deprimido, uma classe política frouxa, estádios a mais e às moscas, e pistas de atletismo e afins, a menos; temos muitas destas coisas deprimentes, infelizmente, e outras, demais...

Mas temos também Administradores, Doutores (dos verdadeiros - e honrados), que abdicam de mordomias para usar o dinheiro para comprar equipamento para o Hospital onde trabalham; temos uma equipa de Rugby que vai literalmente trocar galhardetes com os melhores jogadores das melhores equipas do mundo, sendo os nossos, na ascensão mais nobre que nunca da palavra "amadores", competir num Campeonato do Mundo de Pros. - nunca é demais repetilo - Profissionais.
Temos alguns bons e dignos exemplos do que melhor podemos fazer... então...
Porque é que não temos mais DISTO, e menos DAQUILO???

4 de setembro de 2007

Chamem a P...

Será assim tão difícil à PJ coclocar o retrato-robot dos assaltantes dos Bancos, de cujas imagens de cara destapada possuem?
Não iriam benificiar das informações de quem os visse? Ou estarão com medo dos falsos alarmes dos que pensam que os viram?

Ou receiam ainda colocar o público em perigo, ao revelarem a identidade dos maganos?


Eis algumas pistas, digo, questões. Mais uma investigação que a PJ poderá empreender, e quiçá um dia vir a responder, se o segredo de justiça permitir, e os "suspeitos" forem encontrados - coisa de que não se podem gabar ultimamente...

UPDATE 16 de Setembro

Há que reconhecer quando se está enganado, afinal a PJ apanhou os bandidos (um dos quais tinha cerca de 70 anos...), que pareciam náufragos resgatados de uma ilha deserta, tal era o seu aspecto desgrenhado ao sair do mato, após dias a monte...

Em minha defesa, e em homenagem à PJ, declaro que tenho defendido a PJ, com esplêndidos resultados, de ataques vis e infâmias lançadas no Reino Unido, nos locais onde mais se "debate" (ou especula) o caso Madeleine, na Internet.
Parabéns pela captura dos criminosos, e desculpas pela crítica prematura e injustificada...
Esperemos que a mudança das regras do Segredo de Justiça, da regra para a excepção, venha facilitar a comunicação com o exterior, evitando tantos "mal-entendidos"...

30 de agosto de 2007

Bostanário Fora de Ordem

Há que dar razão à afirmação náuseabunda do sr. Júdice, SE os habitantes deste outrora grande país se deixarem ficar na m**** e não mostrarem a infelizes como este senhor, acusado não vai há muio tempo de sujeira na Ordem onde foi Bostanário, que são as mesmas moscas partidárias que conspurcam o país, o qual insultam vilmente depois de o sugarem...

É revoltante ver que portugueses como este senhor, na posição de fazer algo para limpar o cheiro e a imundice que atola este país, são dos mais sujos e coniventes com a situação.Mais uma vez, este país só terá muita gente "merdosa", se os que o não o são, deixarem.

Vergonha temos nós deste senhor e dos políticos, e estes só têm de se envergonhar da mxxda que fazem!!!

25 de agosto de 2007

Da Jardinagem e dos Tomates

É curioso, e ao mesmo tempo admirável, que um país nascido da e pela violência, com episódios impressionantemente sangrentos e fratricidas ao longo de sua história, tenha culminado num povo pacífico e brando, com um dos mais baixos níveis de criminalidade da Europa, senão mesmo o mais baixo. Isto é bom. A não ser que por criminalidade também se entenda "corrupção"...

Já nem há memória de uma grande revolta que se desse cá dentro, pelo menos desde aquela assembleia-geral do Benfica, onde constam, ao que parece, alguns sopapos e empurrões varinos. Coisa pouca. É preciso recuar bastante para se encontrar violência de monta como ataques à bomba, motins nas ruas, etc. como se vê lá fora...

A celebrada Revolução dos Cravos é um monumento a esse comedimento dos Portugueses, onde nem uma gota de precioso sangue foi derramada.

Desde então, os cravos têm vindo a murchar ou a ser substituídos por plantas daninhas. Estas espécies parasitas, uma vez instaladas nos melhores canteiros cá da horta, infestam todo o sistema e chupam todos os nutrientes em redor, impedindo-as de crescer e acabando por secar a vitalidade do jardim à beira-mar plantado...

Alguns jardineiros mais extremosos, já têm apontado para o descuro e a falta de manutenção que os Portugueses manifestam para com a cultura nacional. Muitos são ciosos do seu canteiro, mas dificilmente se importam com o do vizinho.
Cada vez mais espécies autóctones vão se implantar em turfas estrangeiras, mais viçosas e sadias. Da Europa chegam adubos e regas preciosas, mas o grosso perde-se, invariavelmente, para parasitas improdutivos e os seus consumos estéreis...

Estas plantas espinhosas e estranguladoras, incapazes de produzir ou poupar, mau grado a ambúndancia em que vegetam, alimentam-se cada vez mais vorazmente à custa dos hospedeiros, pétala a pétala, e não contentes com isso, ainda exigem mais, com completo desprezo pelos que os alimentam. Este é a pior espécie de parasita - o que mal deixa recursos suficientes para o hospedeiro sobreviver, acabando por o secar completamente, provocando também a sua ruína...

Veremos que tipo de parasitismo tem atacado Portugal, e se os Portugueses vão esperar por uma "morte lenta e agoniante" ou se vão, por excerto ou por mutação genética, reagir com um repelente contra as pragas que nos consomem os recursos vitais.
Porque às vezes é preciso lutar por alguma coisa.

6 de agosto de 2007

Pedigree Pals

Já aqui se falou do cão Fox Terrier do Mourinho, do Bulldog Inglês e agora entra em cena o Bloodhound ou neste caso, cão de polícia faragedor de sangue, ainda e também Inglês.

Como não podia deixar de ser, com tantos Ingleses, esta história só se poderia passar num local tipicamente britânico, ou seja, o Allgarve.

Mal contentes com isso, os Media britânicos já recomeçaram o seu desporto favorito da silly season, depois do soporifero Cricket, que é o "Portuguese Bashing" ou mais lusidiacamente, "arrear no tuga". Como é nosso apanágio de bem-receber e melhor servir, as autoridades policiais têm ajudado bastante ao descrédito com que são brindados na imprensa britânica, essencialmente pela falta de esclarecimento e a aparente desordem das suas investigações ao desapareciemnto da pequena Madeleine McCann...

Ainda que tudo o mais seja especulação, uma vez que apenas os agentes involvidos estão ao corrente do que se passa, por isso merecem o beneplácido da dúvida, ainda assim, o porquê
de passados 3 meses, ser preciso trazer do Reino Unido os cães farejadores de hemoglobina para fazerem o despiste que, todos nós que vemos o CSI, sabemos essencial a partir do primeiro minuto na cena do crime! Não me parece apenas lógico na TV...

E porquê os cães que - ok, semos poortugueses pobrezinhos - têm que vir de Inglaterra, sabe-se lá se com febre aftosa ou com indegestão de fish and ships? Não temos dinheiro para cães, mas não se arranjam uns Luminóis, que até ficam mais baratos em croquetes de ração para cães e polícias?

O pior é que os Brits já andam outra vez de faca na liga, a dizer que foram eles mais os seus very english muts que fizeram a invetigação andar para a frente, and what not! Eles que andaram a dar-lhe a toda a força na tese do rapto quando a polícia Portuguesa insistia em "varrer" o terreno à procura de pistas e - claramente - de um cadáver, ou não teriamos visto agentes a vascular todo o buraco, poço e casebre que há nos arredores...

Não quero fazer muitos juisos de valor sobre o desempenho da polícia Portuguesa, porque não disponho de dados para dizer uma coisa ou outra, ao contrário do eco que se vai ouvindo por aí sem questionar, de que "a P.J. portuguesa é das melhores do mundo"... digam isso à mãe do rapaz (Rui Jorge) que desapareceu à mais de 10 anos...
Porém, desde o princípio que tenho dito que a investigação tinha de ser centrada nos familiares e conhecidos dos McCann, que estavam nas proximidades e tinham acesso às crianças...

Uma coisa parece-me evidente que as autoridades vão ter que aprender, com os erros desta operação - a conduzir não só uma investigação mais eficaz, mas também uma política de auto-marketing e de relacções públicas actualizada. Os contribuintes não querem só resultados , querem que os "bons da fita" sejam mesmo bons.

Seja como for, receio bem que esta história não terá um final feliz...

1 de agosto de 2007

PVC - Quem Ganha é Você

Finalmente um Partido em que vale a pena votar, mesmo em época de férias!
Defende, de maneira quase siamesa, para o Brasil, as mesmissimas coisas que eu aprego-o para Portugal. Até nos correctivos concordamos... sómente, o nome do partido teria que ser mudado em Portugal, não fossem os potenciais militantes pensar que se trata de um lobbie do Policloreto de Vinila (PolyVinyl Chloride) ou de outras matérias plásticas. Que tal PCB, Partido da Chibatada na Bunda? PCB! PCB! PCB!... A Bunda continúa! A sério. Vale a pena ler. E entender.

15 de julho de 2007

Imbecilismo ou Iberismo?

A propósito da sugestão do nosso laureado, José Saramago:
A ideia não é tão disparatada assim, da maneira que isto está, tanto faz ser governado por Portugueses "bastardos" que pôem os interesses próprios ou os de 3ºs à frente dos do país, como por Bruxelas ou Madrid, com "autonomia" parlamentar, cultural e linguística... a ideia nem é nova e já foi tentada várias vezes, desde a Idade Média ao Séc. XX... Se ofende os "brios" lusos, mostrem mais brio em prol do desenvolvimento do país e dos valores nacionais... ou foi para "isto" que os nossos antepassados tanto lutaram?
Afinal de contas, já damos nomes estrangeiros a carros e passamos por espanhóis lá fora, sem termos as regalíias sociais, o IVA mais baixo e o combustível mais barato, que apenas os extremenhos Portugueses gozam...
Naturalmente faz pouco sentido, ao fim de práticamente 900 anos, irmos agora formar uma união contra-natura, motivada essencialmente por desânimo e frustação com o rumo de Portugal, e oferecermo-nos de mão estendida ao nosso maior rival histórico, em estado subserviente - e esse é o grande pecado da útopia de Saramago, que ninguém lhe perdoa. Pode até ser um visionário, um profeta e até não errar muito quando vaticina uma "comunidade ibérica", mas nunca nos termos que referiu - como uma "autonomia" dependente do poder centralizador de Madrid... já agora, porque não uma união Ibérica com sede em Portugal e autonomias espanholas?

14 de julho de 2007

É um Carro Português Com Certeza

A excitação inicial desta conquista do engenho e indústria nacional, depressa deu lugar ao embaraço.

Haverá sempre quem torce o nariz ao que vem de Portugal, por isso se não formos nós primeiro a valorizar o que é nosso, de que adianta tentar disfarçar o produto, com "rótulos estrangeiros"?

Se queriam um nome mais internacional, podiam ter optado por "Gama" por exemplo; também tem um "DA" antes e é igualmente famoso internacionalmente... Tem a vantagem particular de ser nome Português, assim como o carro pretende ser - e assumido assim frontalmente, talvez o motor tivesse arrancado, durante a apresentação...

Ao menos escolheram como patrono, o maior génio da Renascença e possivelmente de sempre...

10 de julho de 2007

Amor À Camisola

Este ano de 2007 tem sido bastante aziago para as Selecções nacionais de desportos coolectivos. Eliminados prematuramente em Futebol no Euro Sub-21 e em Hóquei - uma das poucas especialidades em que, efectivamente, custumamos competir para vencer; em vias de, novamente em Futebol, mas no corrente Sub-20, e por fim, uma derrota em casa, na final da Liga Europeia de Voleibol (ok, menos mal que chegámos à final numa modalidade em que nunca fomos figuras de topo, literalmente)...
Este é o quadro de resultados até ao momento, meio ano corrido. Apesar de em termos de competição se poder argumentar que os nossos atletas podem ter marcado pontos, quanto a resultados, são deveras decepcionantes e mediocres...
Ganhar pode não ser tudo, sempre; mas de vez em quando, não fazia mal nenhum.
Acho mesmo que o que falta a Portugal para ser mais bem sucedido desportivamente, é ganhar mais vezes, para desenvolver um "espírito ou mentalidade ganhadora" e mais alguma auto-estima. Isso teria efeito mesmo noutros campos de actividade e reflectir-se-ia doméstica e internacionalmente.
Não haver estima ou memória dos grandes feitos do passado, é a meu ver, um dos mais nefastos traços do Português moderno. Os Portugueses são, no geral, inimigos de si próprios; dividindo-se, combatendo-se, menospresando-se, sabotando-se uns aos outros, sem olharem além da sua barriguinha...
De regresso ao desporto, ainda que ganhem - muito esporádicamente - alguns troféus ou titulos de monta, isso só vem "estragar" os atletas, que logo a seguir, já se achando imbativeis, caiem num turpor de esforço mínimo e fraca atitude, mais se preocupando com penteados e outras ménages do que em decorar o país e eles próprios com mais titulos ou prestígio...
Por tudo isto, e apesar do lado negro do "Special One", venham mais Mourinhos, que mais são precisos...

Ps - Infelizmente a Selecção de Sub-20 não leu este post, senão poderiam ter evitado dar-me razão, e principalmente, aquela participação triste a todos os níveis...

29 de junho de 2007

E A Ocidente Nada de Novo...

Mais uma demonstração de falta de cojones dos políticos cá da praça, e da sua prostração subserviente aos interesses de terceiros.
Tudo fica na mesma - a aprovação desta lei de restrição do tabaco nos locais públicos e de trabalho é uma farça, com uma aprovação envergonhada após um recuo considerável à lei proposta inicialmente. Exepto para os locais de trabalho, onde aparentemente, a lei deverá funcionar, de resto nada mudará, porque os comerciantes muito menos terão cojones para implementar a restrição tabágica, por sua própria iniciativa.
Mais uma oportunidade histórica que se esfuma...

23 de junho de 2007

Marque Asterisco para Nada

Call-Centers foram a pior invenção, desde a guilhotina e os impostos. Não só fomentam o trabalho precário, como do ponto de vista da sua utilidade para os clientes, apenas torna mais complicada e burocrática a resolução dos problemas. Antes dos CC se tornarem uma praga, viamos pessoalmente o funcionário, quando não o responsável, directamente, a quem expunhamos a questão e não o largávamos enquanto não deixasse tudo preto no branco.

Nos CC, é improvável ter-se uma resposta única há mesma questão, se falarmos com mais do que um operador; além de que raramente nos calha um que seja competente e nos resolva o "problema" (nos CC diz-se "situação" - a palavra começado por "p" é tabu...) à primeira.

Quantas vezes não é necessário repetir os contactos e chatearmo-nos a sério para conseguir despachar banalidades que se resolveriam na hora, se tivessemos frente-a-frente com aquele adolescente borbulhento que responde nervosamente do outro lado da linha, ou com aquela jovem calejada que regurgita o guião de cor, surdamente, como um farol de noveiro, ainda que inadequado ao que pretendemos?...
Já para não falar do tempo de espera em linha e do respectivo custo por cada chamada... que parece mesmo ser a única justificação para a existência e proliferação destes ninhos burocráticos.

Em vez de inúteis e problemáticos, vocacionados para o "handling" de relamações, estes funcionários poderiam ser mais úteis gestores de serviço ao cliente, controlando e evitando as "situações" antes delas acontecerem, em vez de esperar pelas reclamações...

Só é pena que não haja uma tecla no telefone para marcar a opção "ide %@# mais os telefones"...
A minha esperança é que da mesma forma como apreceram e se multiplicaram como cogumelos, os CC também tenham curta vida, como os fungos análogos...

18 de junho de 2007

Indignação, Inconformismo e Ibéria

Para que não restem dúvidas, já fui apelidado de "comunista" e "reaccionário", no mesmo minuto do mesmo dia, aos vinte e poucos anos, no princípio da década passada. Confesso que na altura, dentro de uma viatura com 2 desconhecidos, algures em Espanha, fiquei meio perplexo com o energúmeno que vociferou tão imbecil anátema – eu desconhecia por completo o significado de "reaccionário"; e pelos vistos, o imbecil também.

Das muitas coisas ridículas e hediondas que registei, infelizmente, durante a minha vida, esta há-de sempre recordar-me que opinar com independência sobre o que, a nosso ver, está mal e poderia ser mudado, aflige quase sempre os mais velhos, os menos esclarecidos e os mais instalados. E o pior, é que nem falava, nem falei, de algo remotamente perceptivel como política, durante toda viagem…

Era já, no entanto, o meu “direito à indignação” e a falar livremente, com toda a sinceridade da juventude não-filiada. Agora, na meia-idade, continuo a expressar a minha indignação e inconformismo, apelando a outros que se manifestem também.

Portugal é dos países (dos 8) que eu conheço, onde as pessoas são menos espontâneas. Desde cedo, as crianças são constrangidas a prestar atenção ao que dizem e expostas ao ridículo por arriscarem serem autênticas. Pelo menos foram, nas gerações logo pós-abril, o que até fazia algum sentido, ou talvez não; mas receio que ainda se note muito, por aí…

Bem, isto tudo para chamar a atenção para o factor mais preponderante de tudo o que disse aqui, sendo que a palavra-chave é: Espanha. Sim, a nuestra vicina, que ultimamente nos serve de comparação para tudo, com evidente prejuízo próprio.

Eu ainda sou dos que continuo a acreditar nas vantagens de ser Português (o que é diferente de continuar a desejar trabalhar e viver em Portugal…), mas admito que poderíamos beneficiar imenso, no estado actual, se em vez deste país deprimente, fossemos (oficialmente) a região autónoma de Espanha mais pobre – mais uma vez, a palavra-chave é Espanha…

Antes de me começarem a chamar nomes piores que “comuna-reaccionário”, quero ressalvar que há muita coisa melhor em Portugal do que em Espanha – o peixe, o vinho, as cebolas, os filmes com legendas, etc. etc. - e especialmente não haver necessidade de ter aqueles pontos de interrogação e exclamação ridículos, de pernas para o ar no inicio das frases… ¿comprende?

7 de junho de 2007

Verdade Políptica

Infelizmente já tive que colocar vários posts sobre os tristres exemplos que os políticos nacionais dão. Porém, para ser justo, tenho que rectificar: políticos nacionais e Internacionais! Desde há já algum tempo que reparei que o nível tem vindo a degradar-se.
Pensei que o desrespeito pelos eleitores (e os não-eleitores) e pelos valores mais exigíveis ao cargo, como a integridade, a decência e a consciência de servir, não mais seriam a moeda de troca de quem foi, mais ou menos democráticamente, confiado com o poder...
Mas não. Em vez de "delegados do povo" temos pequenos e inchados "monarcas" que usam e abusam e dispõem, em nome "do povo"... mas são os seus interesses e os de terceiros, que verdadeiramente servem.
Rússia, Venezuela, E.U.A, etc. e até o "quasi-bem-intencionado" Blair mentem, ou pior - nem precisam esconder os seus propósitos imorais - e manipulam os seus concidadãos como gado, que só deve encarreirar segundo as suas ordens e desígnios...

Voltando a Portugal, já houve um tempo em que existiu realmente um desígnio nacional e uma condução mais desinteressada dos Portugueses para o bem comum...
Curiosamente, era uma época de classes e de menor conciência de direitos cívicos...
Pensando melhor, qual era mesmo a diferença?...

Ps - O mais famoso (e com razão) políptico da nossa pintura - erradamente chamado de S. Vicente, surge aqui algo diferente da versão corrente, mas a explicação para isso e para outras singularidades está aqui. Recomendo vivamente uma visita, não só pelo trabalho admirável realizado pelo autor da investigação, mas por também servir para compreender melhor a obra e a própria história.

16 de maio de 2007

"Who Let the Dogs Out"?

Nas últimas semanas, tal como nos últimos anos do futebol, Portugal e Inglaterra têm discutido entre si, abordagens diferentes. Em destaque, está ainda, infelizmente, o desaparecimento da pequena Madeleine McCann. E mais recentemente, senão recorrentemente, José Mourinho desavindo com os Ingleses...

MADELEINE
McCANN - Desaparecida/Missing 3/05, Praia da Luz, Portugal

Em relação ao primeiro caso, que perfaz neste dia 2 semanas desde o desaparecimento, já tive oportunidade de enfrentar a sobranceria britânica a propósito das críticas exageradas que lançaram sobre as autoridades Portuguesas - como todos tivemos ocasião de ver, a atenção e os recursos colocados ao serviço deste caso, são incomparáveis com outras situações que ocorreram no passado.

No entanto, isso não quer dizer que não se poderia ter feito as coisas de outra maneira (tal como os pais, que poderiam ter deixado as crianças com babysitting...); há também alguma razão nas críticas ao mutismo das autoridades em geral, que nem sempre faz sentido. O Segredo de Justiça deve ser como um medicamento - prescrito apenas quando absolutamente necessário, e em quantidades moderadas...
Por outro lado, e na minha opinião, após 15 dias de apelos e quasi-histeria mediática (a imprensa
Portuguesa também não tem estado sempre bem), partindo do princípio que Madeleine foi raptada com maus intuitos (não apenas para "adopção"), penso que todo este "ruído" é mais perigoso para a criança do que útil... mas talvez seja a única maneira que os pais têm de lidar com a situação.

Seja como for, mais uma vez a imprensa Inglesa mostrou que é um autêntico "Bulldog
Britânico", no seu apetite voraz por sensacionalismo misturado com sentimentalismo patriótico, procurando cruelmente "bodes-espiatórios" quando as coisas correm mal para eles, como aconteceu depois do Euro2004, Alemanha 2006 e agora no Algarve 2007...

Por falar em animais, diga-se ainda que os Ingleses têm um adversário à altura, um osso duro de roer, na figura do treinador do Chelsea, "our very own" José Mourinho e o seu Britânico cachorro Yorkshire Terrier... podem levar o homem, mas não levam o cão da família! E ainda dizem que os Portugueses abandonam os animais sem piedade... cada vez gosto mais do Mourinho – um dos poucos Portugueses que não é subserviente face a estrangeiros.

28 de abril de 2007

Ciência ao Poder

Ainda que custe a muita gente reconhece-lo, por lhes custar o emprego e as mordomias que têm, existem várias profissões na sociedade humana que só são necessárias àqueles que as exploram. A sua função primordial é manter a complexidade artificial das sociedades ocidentais.
A razão da sua criação pode até ter sido legítima e imprescindível, no passado bárbaro; mas hoje, na era da informatação (informática + informação), são anacronismos que se perpetuam por ilusão e por tradição - e porque somos todos educados a aceitar esses lastros inúteis, desde cedo. Curiosamente, estes profissionais do nada, ao contrário do que seria de esperar, são dos que mais condições de trabalho têm, dos que mais ganham e os de maior status, em contradição com o resto dos cidadãos que realmente se esforçam e que raramente vêem o seu mérito ser reconhecido.
"Falo-vos" pois dos mais inúteis dos burocratas, os políticos. Outrora, anciãos que se ocupavam dos assuntos públicos nas horas vagas, ou mais tarde os poucos escolásticos e literatos que existiam nas redondezas iam dirigindo ou ajudando a gerir a res pública; hoje, engenheiros com diploma ou não, advogados, arquitectos ou electricistas com busca-pólos, não têm mais habilitações nem são mais qualificados que outros doutorados, licenciados ou técnicos de 2ª classe fora da sua área.
Estes profissionais da política, quando no poder, além de trazerem outros como eles, sem necessidade de CV ou entrevista, também subalugam cargos a outros - estes sim, chamados especialistas, formados e treinados nas áreas para que são nomeados, vão realmente fazer o trabalho; os primeiros limitam-se a "gerir", ainda que sejam tão gestores como qualquer um de nós, ou menos...
Pelo menos podiam ser honestos; e já que lá estão, por beneplácido dos muitos que ainda "delegam", inconscientemente, responsabilidades em pessoas não-preparadas,
não-especializadas e não-competentes, na maioria dos casos, podiam perfeitamente ter algum zelo, brio e consideração pelo país, já que pela população mostram ter poucos escrúpulos. A haver alguém a conduzir os destinos de um país, que sejam ao menos os cientistas, que estão habituados a seguir um método, a comparar resultados e a discutir com fórmulas matemáticas.
Quanto aos políticos e às ideologias, podem aprender com o exemplo de Al Gore: tornem-se úteis, ajudem a ciência. Entre políticos corruptos e militaristas e cientistas loucos, voto nos últimos... ao fim e ao cabo, os homens da scientia procuram a verdade, seja ela qual for, enquanto os políticos, sejam eles quais forem, raramente são verdadeiros...

1 de abril de 2007

Dia dos Melgas

Apesar de ser "Dia das Mentiras", o que se segue é tristemente sério. Ao mesmo tempo, calha bem, porque este dia também se poderia chamar "dia dos políticos", dada essa ser a ferramenta que mais usam, na sua actividade diária (vide ilustração).

Se há coisa que me faz rugir de indignação (vide ilustração), essa coisa é o malbaratar perdulário dos recursos do país, em especial daqueles que são recolhidos a custo de todos nós, através da carga fiscal.
A única explicação para a aparente serenidade com que os Poortugueses recebem notícias gravíssimas como "Tribunal de Contas dá puxão de orelhas aos 3 últimos governos" - dinheiro esbanjado dava para construir 4 AerOtas, etc., a única explicação (para além de haver muita gente a comer do mesmo bolo), é mesmo estas notícias não o serem, pois não é novidade nenhuma que por "controle de contas" quer-se dizer, afinal, controlar apenas as finanças dos contribuintes, de modo a que a clientela política possa presentear-se principescamente com o sacrifício da plebe. Quem disse que o Feudalismo desapareceu? De tal forma o servilismo está integrado na sociedade Portuguesa, que a maioria das pessoas não é capaz de questionar, e mais importante ainda, responsabilizar aqueles que têm como missão servir o país e o povo (vide ilustração)!!! Mas o complexo de inferioridade, de deferência ao "Sr. Doutor" e do Caciquismo, condiciona de tal forma a mentalidade da população (vide...etc.), que pouco mais se arrisca que um tímido "puxar de orelhas"... no mínimo, os (ir)responsáveis por irem contra, não só as normas mas também a moral do "serviço público", merecem, pelo menos, ficar sem as orelhas, à boa maneira medieval, assim como aos ladrões eram-lhes amputadas as mãos que cometiam o latrocínio.
O que isto quer dizer, algo gráficamente, é que "admoestar" apenas, não chega. As condutas que lesam propositadamente o Erário Público têm que ser responsabilizadas e penalizadas - e obrigadas à devolução das somas!!! Quem têm cargos de responsabilidade, não é só para recolher pensões, ordenados e outras regalias - deve prestar contas, até ao último cêntimo, de todo o dinheiro que movimenta em nome do "cargo", sendo responsável por devolver, a seu próprio custo, todo o dinheiro que tenha sido mal gasto e que não seja justificável. É inaceitável? Basta apenas alguma lógica económica doméstica, responsabilidade e honestidade. De certeza que existem muitos Portugueses qualificados, a receber neste momento menos de mil Euros por mês, dispostos a aceitar um cargozinho, a bem da nação...

27 de março de 2007

Manifesto Anti-Otas

É muito fácil ser-se teimosamente estúpido quando pessoalmente não se prestam responsabilidades. Para o Ministro das Obras Públicas, algumas opiniões de "especialistas" são mais válidas que outras. Ele fundamenta a escolha da Ota nessas “considerações”. Infelizmente para o país, o Bastonário da Ordem dos Engenheiros e muitos outros com opinião exactamente oposta, não devem fazer parte dos "especialistas" com interesses próprios nesta questão, porque, não é preciso ser-se especialista para ver que a OTA não é a melhor opção e que há outras alternativas mais válidas, baratas e eficientes!

Este Sr. Ministro, ao melhor estilo do Servidor Público que coloca sempre o que é melhor para o país em primeiro lugar, como um jumento, lá vai atrás da cenoura, ainda que para o precipício financeiro e ambiental.

O Governo, que parecia querer caminhar para o controle e a emenda dos erros das contas do passado, relapsou e mais uma vez o Manual do Bom Gestor fica a ganhar pó, assim como as alternativas da Margem Sul.

Fica provado, que, desse Manual, o único capitulo que interessa ao Governo, é como manter a engrenagem mecânica da recolha de impostos bem oleada e cada vez mais voraz... o que fazer com essa recém-aperfeiçoada fonte de receita, inesperadamente mais volumosa do que se previa? “Hum, já sei, vamos esbanjar tudo e fazer um Aeroporto para justificar os fundos que irão, curiosamente, levantar voo e aterrar em contas, terrenos, moradias e mãos privadas”. É muito fácil ser-se estupidificantemente corrupto quando pessoalmente, ou colectivamente, não se é responsabilizado.

20 de março de 2007

ALLGRUNHOS

Mais um exemplo de "grunhismo" retrógada, promovido por velhos do Restelo que ainda populam este país; neste caso, mais exactamente no reino dos Algarves - eis uma falsa polémica, criada por causa de uma inofensiva campanha promocional, logo aproveitada por alguma comunicação social mais boçal - tudo isto é triste, tudo isto é ALLGARVE... pelos vistos, ainda restam alguns mouros que falta expulsar, para acabar com a tacanhez neste país, ALL... RIGHT?!

3 de março de 2007

Fundamentagismo

Muitas vezes - ou seja, sempre que se fala de controlar o Tabagismo selvático, medida com qual, até os fumadores mais conscienciosos concordam - vêm sempre a público uns fundamentagistas catarrentos tentar soprar o seu fumo nocivo nos olhos das pessoas, acusando de "fundamentalismo" aqueles que tentam devolver os espaços comuns a todos os cidadãos e não só aos amigos da nicotina. Ainda há dias, vi um sujeito na TV que me lembrou um daqueles extremistas muçulmanos exaltados, vociferando negativamente contra todas as medidas que se vão tomar - tardiamente, acrescente-se - com a aprovação da nova legislação que limita o fumo nos locais públicos.

Pessoalmente, salvo nos Restaurantes (por óbvias razões de alimentação e de prazer da refeição), não me faz muita diferença que se fume ou não nos locais de diversão nocturna, pois simplesmente deixei de os frequentar há muito tempo, e sem dúvida que o tabagismo alheio muito contribuiu para isso. Não me interessa voltar, mesmo que os locais estejam "limpos" de tabaco; já outras pessoas podem ser de opinião diferente. Há que arranjar espaço para todos, ainda que a clientela habitual, o "público alvo" dos estabelecimentos de diversão noturna, em regra, não procura experiências salutares - ou em vez de álcool, ingeriam shots de leitinho de soja, ou cházinhos de erva cidreira, em vez de Cannabis.
Está aparentemente, a chegar a hora do lobby do Tabaco ver os seus interesses esfumarem-se, pelo menos da maneira como era hábito, até aqui.

O que é verdade, aceite-se ou não, é que o fumo é nocivo e os fumadores, grosso modo, são insensíveis não só ao mal que provocam a si próprios, mas muito mais em relação às múltiplas penalizações que infligem aos não-fumadores. Estes últimos (70% da pop. Portuguesa, segundo dados oficiais), as verdadeiras vítimas, sofrem, além do venenoso fumo passivo, a arrogância de muitos fumadores que invadem com o seu fumo o seu espaço, e asfixiam os seu direitos e a sua liberdade - as primeiras coisas que os fumadores reclamam, quando a lei os vem APENAS obrigar a mudar de hábitos - fumar sim senhor, se quiserem podem intoxicar-se, mas façam-no por favor, onde não incomodem os que optam pelo DIREITO de NÃO fumar.
Se, como alguns fumadores à antiga que conheço, tivessem a iniciativa magnânima de não fumar em espaços fechados, não fumar em frente de crianças, grávidas e outras pessoas, e de ter consciência absoluta do acto que estão a tomar, não seria preciso uma lei, excessiva ou não, tardia com certeza, para vir endireitar o que outros países mais avançados já há muito corrigiram.

25 de fevereiro de 2007

PRO'TESTO CAPILAR

Lamentavelmente a DECO, de defesa do consumidor tem cada vez menos.
Tem vindo claramente a perder força, e o que é pior, credibilidade, tornando-se ela própria um
"quiosque" de vendas, de quem os próprios associados se queixam. Aliás, naqueles presentes gratuitos que mandam junto com a sobrescrição inicial da ProTeste, vinha um que não tinha legendas ou a informação traduzida em Português...

Há que expulsar os "vendilhões" do templo da defesa dos consumidores, já que os Poortugueses, como no resto, são os mais e os menos: mais impotentes para alterar as injustiças; e os que menos direitos vêem assegurados.
Resta saber se a DECO não faz mais, porque não pode, ou não quer; porque causas há muitas, e vir a público lançar um "estudo" que "revela" que os Bancos não cumprem a lei e gozam com os clientes, quais TVRABO, não é propriamente nem novidade, nem eficiência - é tropeçar na própria barba, em vez de cortá-la.

11 de fevereiro de 2007

DisLEXia

Ainda praticamente a tinta do ante, ante-post (ou posta, como alguns lhe chamam) sobre o desacerto jurídico no caso do pai adoptivo não secou, e já há novo tiro-no-pé da magistratura...
De facto, alguém devia tirar a venda à Justiça, pois toda a gente que já tentou comer sopa de olhos fechados, sabe o quão difícil é acertar no alvo, e que o mais provável é fazer uma grande nódoa.

"Fazer bem, sem olhar a quem" deveria ser a divisa da Justiça, que se perde e enrola na sua própria complexidade, pretensiosismo e formalismo, esquecendo e invalidando a simplicidade da verdadeira justiça, a Salomónica, a que de facto corrige os desmandos, as injustiças, castiga os prevaricadores e eficazmente protege as vítimas.

Se hoje um "acusado" tiver todas as provas contra si, ainda que não haja a menor dúvida de que cometeu o crime, pode sair em liberdade e não sofrer qualquer punição, se:
a) tiver dinheiro (vide alínea "b");
b) tiver um "bom" advogado, que saiba usar a justiça contra ela própria (o chamado "loophole");
c) fugir calmamente, ainda que não tenha a alínea "a";
d) todas as de cima.

Tudo bem que existam direitos dos acusados. Muitos podemmesmo ser inocentes. Tudo mal, que, perante a lei, uma pessoa saia em liberdade, "inocente" havendo provas em contrário - apenas por" tecnicalidades"! Depois, tanto vale um testemunho, como o outro, é palavra contra palavra, etc. - mas muitas vezes basta ver qual é a parte lesada para se apurar o responsável e a vítima, mas a lei não é para essas coisas, pelos vistos - a não ser que se tenha a alínea "a" no bolso.

Bem, mas divago. O "tiro no pé" de que falei atrás, prende-se (boa escolha de palavras) com a suspensão aplicada a uns poucos magistrados por expressarem as suas opiniões "incómodas", para alguém ou alguns. Um em especial, do Barreiro, foi acusado de alegadamente ter utilizado linguagem "obscena" e "incorrecta", num Blog e num Jornal para onde escreve - e assina o seu nome, com muita coragem.

A decisão do CSM gerou uma onda de solidariedade para com o magistrado- agora-"acusado" (ou acossado). De facto, seja ou não o (ou um dos) post em causa, não me parece - como a todos os que lêem o que o magistrado escreve - que haja qualquer linguagem menos correcta ou assuntos "taboo"... antes encontro em muitos comentários, assinados e/ou sob pseudónimo, expressões como: "censura", "vergonha", "perseguição", "Estado Novo", "liberdade de expressão", etc.

Ainda há pouco, quando tentei, não consegui aceder aos blogs em questão; mas aparentemente, esta tudo normalizado e reparei que o Dr. Fráguas, ainda que suspenso, o magistrado continua a escrever no blog, como habitualmente - afinal, podem suspender o homem, mas não as ideias.

20 de janeiro de 2007

Centro De-formação

Há já algum tempo que ando para escrever uma históriazinha reveladora, sobre o que é hoje, o Centro de Formação de Setúbal do IEFP.

No entanto, curiosamente, não consigo pegar nos factos que possuo em primeiríssima mão, e dizer umas verdades - porque, seja qual for o ângulo que procure, este relato parece-me sempre deprimente e sombrio.

No fundo, o Centro não é mais do que o reflexo da (des)organização pública estatal que o gere.
Não passa de um tapete gigante, para debaixo do qual são varridos todos os alunos problemáticos, os inadaptados e os marginais. Há ainda espaço para os desempregados que não cabem em mais lugar algum, ou para aqueles que não têm escolha, e são forcados a lá ir parar. Os piores exemplos nem vêm dos Formandos - nem mesmo dos cadastrados; mas sim do topo, dos quadros, do pessoal, daqueles que deveriam ser responsáveis pelo Centro, e responsáveis pelo seu próprio comportamento – pouco digno, pouco profissional, pouco brioso.

Felizmente, esta semana saiu a notícia de que estávamos todos à espera: O Governo prepara medidas para tornar possível despedir na Função Pública - esse "Estado" dentro deste outro Estado, com o seu código próprio, calendário próprio, e fuso horário próprio. Felizmente, a partir daqui, não mais vão poder recusar fazer o seu trabalho; não mais vão ser inimputáveis; não mais, ou muito raramente, vão desconhecer o significado da palavra "profissional"; não mais, ou muito raramente, vão poder esconder o trabalho na gaveta, adiar, procrastinar, divagar, e mesmo de-va-gar, irá, com muita fé em S.Sócrates, acelerar para simplex-se-não -cumprirem-os-objectivos-rua-desemprego e-Centro de Formação de Setúbal-com-eles!

E o que os espera, meus amigos, é um pardieiro, onde as salas não tem aquecimento no Inverno e abrasam no verão; onde as casas de banho são impróprias para baratas; onde as salas, os computadores, as cadeiras, etc. são manifestamente carecidas; onde alunos inadvertidos podem disparar, acidentalmente, extintores; onde certos "formandos" estão à vontade para terem comportamentos anti-sociais sem receio das consequências, porque a direcção pusilânime, só é actuante quando não sente perigo, não dá muito trabalho, ou para amesquinhar os poucos que tentam trabalhar; onde a fila para o almoço chega a demorar 30 minutos e vai do refeitório à porta da rua, porque os formandos são forçados a ir comer, praticamente, à mesma hora; onde toda a população do centro é “convidada”, compulsivamente, a comparecer na Festa de Natal do Centro, que por sinal se realizou num recinto fechado com capacidade para apenas metade (ou menos de metade) das pessoas presentes; onde o director é nomeado politicamente, mudado a cada governo, logo sem vontade ou sem capacidade para zelar por algo mais do que o seu tachinho afinal, ele também é funcionário público.

Ps - Nem tudo é mau no CFS - há mesmo uma caso surpreendente de eficiência e de organização; um exemplo de competência e um oásis de gestão enérgica que merece uma ressalva especial – um louvor e uma salva de palmas para a gerente do Bar e do Refeitório! Bem-haja, pelas suas capacidades, e pelas sobremesas que guardava!

19 de janeiro de 2007

Aborto Legal

A lei que condena um pai, adoptivo só de circunstância, a uma pena por Rapto, quando não existe nem crime nem intenção, é, além de um atentado, um verdadeiro aborto.

13 de janeiro de 2007

Goa Penteate Ma-Cakes & Eat Cake-king

O Sr. Presidente, figura-mor do Estado, foi a Goa – jóia do Império da Índia Portuguesa por mais de 400 anos - e falou em Inglês, para todos perceber-mos o representante que temos – quando não enche a boca de bolo-rei, desenferruja o seu Inglês das docas de belém.
Este grande apreciador da doçaria de natal nacional, não nutre o mesmo desvelo pelo idioma que é o seu e o de todos nós, incluindo de alguns Goeses, que por certo estariam à espera de ouvir a lingua dos ex-colonisadores novamente, ao mais
alto nível (porque o algarvio é alto).

Não tendo assim o seu alto patrocínio, a língua portuguesa levou, literalmente, mais um pontapé.

Por falar em pontapés, o que vale, segundo algumas noticias, é que os Goeses preferiam antes ter a visita do Presidente do FCP, do que a do PR…

É por estas e por outras, que é preferível ter um balbuciante D.Duarte de Bragança como representante do Estado e da Nação, em vez de mais um reformado da política, verdadeira caricatura, bolo-sem-rei e sem graça.

8 de janeiro de 2007

Sem Brilho nem Brio

Mas o que é que se passa com este país, com esta gente???
Está tudo morto e enterrado? Ninguém reage, ninguém diz "basta"!?
Só o futebol é que arranca sinais de vida aos Portugueses, quanto ao mais deixam-se espoliar e humilhar??!!
Não vêem que são tratados como bastardos, bestas e estrangeiros no próprio país!?!
Permitem tudo e mais alguma afronta, estes miseráveis aos outros míseros!!! E ainda acreditam e confiam, e fazem sacrifícios, para a corja do poleiro engordar ainda mais e lhes kagar em cima...

Eu ao menos conspiro, tento agitar as massas, dar-lhes um objectivo, já que esta gente e este país navega sem rumo, sem brio nem orgulho.
Já que perdemos na final do Euro2004, ao menos agora não nos deixemos ficar atrás da Grécia outra vez, Karamba!

Pensando bem, pelo andamento, o melhor é tentarmos nao ser ultrapassados pela Roménia...